terça-feira, 13 de outubro de 2009

Oficina X - Intertextualidade

Nossa pauta contemplou um assunto importantíssimo: Intertextualidade.

Inicialmente, relembramos o conceito de texto. A palavra texto provém do latim textum, que significa "tecido, entrelaçamento". Assim, resulta da ação de tecer, formando um todo, uma rede.
Charolles (1987) afirma que um texto é uma sequência de frases com relações entre si.
Dando contimuidade, nossa reflexão foi para o tema "intertextualidade".
Uma ótima definição é dado por Beaugrande e Dressler (1981) é "a intertextualidade compreende as diversas maneiras pelas quais a produção e a recepção de dado texto depende do conhecimento de outros textos por parte dos interlocutores, isto é, diz respeito aos fatores que tornam a utilização de um texto dependente de um ou mais textos previamente existentes."

Assim, a intertextualidade pode ser conceituada como um diálogo entre textos.Alguns exemplos:



Canção do Exílio


Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.



Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.


Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite
- Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.


Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores

Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá." (Gonçalves Dias )





Canção do Exílio





Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas

nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade! (Murilo Mendes )





Meus oito anos

Oh!Que saudade que tenho
Da aurora da minha vida
da minhainfância querida
Que os anos não trazem mais
Que amor,que sonhos,que flores
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjas!(Casimiro de Abreu)


Meus oito anos



Oh que saudades que eu tenho
Da aurora de minha vida
Das horas
De minha infância
Que os anos não trazem mais
Naquele quintal de terra
Da Rua de Santo Antônio
Debaixo da bananeira
Sem nenhum laranjais(...) (Oswald Andrade )




A intertextualidade está presente em diversas áreas do conhecimento, como na pintura e na publicidade.









Agora, qual deve ser o olhar do professor em relação à intertextualidade no ensino de Língua Portuguesa?
Um ensino que tem por objetivo ampliar a competência discursiva do aluno, deve trabalhar com intertextos, pois um texto está sempre relacionado a outros, e nesse diálogo, há o fio condutor que permite compreender seus sentidos. Assim, nós, professores, devemos formar alunos reflexivos, capazes de identificar diferentes sentidos existentes em cada texto realizando a leitura de forma crítica e consciente num ensino produtivo.

As cursistas também assistiram ao vídeo abaixo. Vale a pena conferir.








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