quinta-feira, 25 de junho de 2009

Orientações para o relatório

relatório. 1. Narração ou descrição oral ou escrita, ordenada e mais ou menos minuciosa, daquilo que se viu, ouviu ou observou. 2 Exposição das atividades de uma administração ou duma sociedade. 3. Exposição e relação dos principais fatos colhidos por comissão ou pessoa encarregada de estudar determinado assunto. 4. Exposição dos fundamentos de um voto ou de uma opinião. 5. Exposição prévia dos fundamentos de uma lei, decreto, decisão, etc. (FERREIRA, A. B. H. Novo Aurélio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992).





Relatório, como se percebe pelo dicionário, é sinônimo de relato. Trata-se de uma narração do que se passou, do que foi observado. Neste sentido, é o contrário do projeto, que fala do que ainda será, que propõe um plano de trabalho para o futuro. O relatório se debruça sobre o passado e menciona o que aconteceu.
Dessa forma, relatório é a exposição escrita na qual se descrevem fatos verificados mediante pesquisas ou se historia a execução de serviços ou de experiências, através de uma linguagem especial, narrando, descrevendo e dissertando. Deve ter ordem lógica de modo a auxiliar o raciocínio do leitor e levá-lo à leitura sem tropeços nem embaraços. É, geralmente, acompanhado de documentos demonstrativos, tais como: tabelas, gráficos, dados estatísticos, textos complementares, fotografias e outros.
Um relatório deve ser redigido de forma impessoal, num tempo verbal passado e indicar com clareza todo o desenvolvimento do trabalho: todas as observações, conclusões e críticas.
Ressalta-se que a impessoalidade contribui grandemente para a objetividade do trabalho. O emprego do pronome “se” é o mais adequado para mantê-la: “procedeu-se”; “buscou-se tal coisa”; “realizou-se...”, etc. Outro recurso na redação consiste em usar formas como “tal informação foi obtida”; “ o procedimento adotado”, entre outros. Expressões como “o meu trabalho”; “eu acho”; “eu penso”; “em minha opinião” etc., devem ser evitadas, por apresentarem conotação de subjetividade. Usa-se de preferência “este trabalho”; “no presente trabalho”.
Sendo assim, deve-se empregar linguagem objetiva, denotativa, isto é, cada palavra no seu sentido próprio, referencial sem dar margens a outras interpretações ou ambiguidades. Aconselha-se o uso de frases curtas e claras, na ordem direta, com vocabulário adequado,. Por isso, devem ser evitados os períodos longos, as palavras inúteis, os detalhes desnecessários, os adjetivos solenes e pomposos.
É muito importante saber, também, que, para se evitarem as lacunas e falhas no pensamento, usam-se palavras ou frases de transição e referência. Nestas frases, selecionam,-se palavras que mostrem a relação entre as idéias que se deseja unir. Palavras como entretanto, portanto, finalmente, estabelecem um tipo de relação definida. Se empregadas oportunamente, dão coerência ao texto; se empregadas exageradamente, a redação perde sua ênfase.Assim, as palavras e frases de transição e referência servem de orientação entre as novas idéias e as já expostas em parágrafos anteriores.
Em suma, deve-se contemplar no relatório o público-alvo (perfil), a situação-problema e/ou atividade trabalhada, as metodologias utilizadas, as possíveis soluções e os resultados obtidos (facilidades e dificuldades). E, por último, a observação final sobre todo o processo realizado no “Avançando na prática” ou na “Transposição Didática”.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Relatório I - TP3

O "Avançando na prática" escolhido pelo grupo foi o da Unidade 10 (seção 2). A proposta de trabalho é o estudo (comparação, exploração) de uma letra musicada e um poema, ambos sobre o mesmo tema.
Segundo o relato das cursistas, a atividade foi bem aceita nas diferentes séries em que foi aplicada.
As professoras que desenvolveram a atividade com turmas de 5ª série destacaram que a música escolhida "Meu país" de Zezé di Camargo e Luciano não despertou tanto a atenção dos alunos quanto o poema "Brasil de Todos" de Stefany Christina Tomas Braz (aluna de 10 anos). As razões encontradas de acordo com os próprios alunos para tal escolha foram:
  • o ritmo da música não é aquele que eles apreciam;
  • o poema apresenta um vocabulário mais simples;
  • os alunos identificaram-se com os sonhos do eu-poético.

Em algumas turmas de 6ª série, desenvolveu-se esse trabalho com o estudo de uma música gospel e um trecho da bíblia. No início, a professora colocou a sua expectativa sobre a reação dos alunos já que a escolha não foi usual. Segundo ela, os alunos afirmaram que gostaram mais da música e acharam o texto mais cansativo. Eles também colocaram que o ritmo, a melodia, o refrão da música são elementos que tornam a canção mais chamativa e desperta a emoção.

Outra professora também desenvolveu numa turma de 6ª série. Porém, é uma turma "especial" ( alunos repetentes, fora da idade). Ao trabalhar a música "Bola na rede" de Skank e o texto "Quem inventou o futebol" , os alunos apresentaram dificuldades na hora de estabelecer relações entre os textos. Apesar das dificuldades, o trabalho foi bem aceito, porque o tema dos textos "Futebol" faz parte da vida desses alunos (a turma é composta por meninos). Mais uma vez, a música foi o gênero textual mais significativo para os alunos.

Já nas turmas de 8ª série, as professoras optaram pelo trabalho com a música "Monte Castelo" de Renato Russo e o soneto de Camões sobre o amor. No início do trabalho, as meninas foram mais receptivas e demostraram mais emoção, enquanto os meninos foram mais "fechados". A maioria não conhecia a música, mas gostaram dela, poucos acharam o ritmo muito calmo . Em seguida , os alunos observaram a letra da música e a compararam com o soneto de Camões. Foram questionados sobre a estrutura dos gêneros textuais e disseram que ambos possuem a mesma estrututura de versos e estrofes. Além disso, perceberam os versos de Camões na música e também como ele musicou os versos da bíblia, encaixando com perfeição nas ideias da música. Questionados também se havia poesia nos textos, responderam que ambos - poema e música- possuem poesia e literariedade. Alguns acrescentaram que em algumas músicas não há poesia e nem conteúdo.

As cursistas destacaram que alguns acharam mais agradável ouvir a música, mas a maioria disse que tanto faz a forma, o importante é a beleza dos versos e a mensagem transmitida.

Além disso, os alunos relacionaram a temática do homem e a dialética do amor ("contentamento descontente") com o conteúdo estudado na disciplina de história sobre o renascimento. Eles falaram sobre o hedonismo - quando os renascentistas retravam o homem em sua beleza e sentimentos contraditórios.

Segundo as professoras, a análise feita iria muito mais longe , relacionando com as experiências dos próprios alunos sobre o tema, que chamou mais a atenção do que a forma. E ainda, os textos clássicos tanbém são apreciados pelos alunos quando apresentados de maneira mais agradável como na música, que é algo do cotidiano deles.

Enfim, independente da série, foi um trabalho bastante rico e atrativo. As professoras aproveitaram o momento para mostrar aos alunos características dos gêneros textuais estudados e a importância de se conhecer outros ritmos de músicas e perceber a beleza dos poemas.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Oficina I - Classificados de Jornal e Poéticos


O gênero textual escolhido para a 1ª oficina foi o classificado de jornal.
Os professores-cursistas realizaram as atividades propostas da Aula nº 3:Caracterizando Anúncios.
Após a correção das atividades, trabalhei com a turma a biografia de Roseana Murray autora da obra Classificados Poéticos (Editora Miguilim, 1984).


“Muitas vezes me pergunto o que é ser poeta neste início de milênio. Penso que a poesia é um olhar e o poeta simplesmente exercita esse olhar. Gosto de andar à toa pelo mundo, pela vida, olhando as coisas e as pessoas”.




Em seguida, cada professor-cursista recebeu um classificado poético. Cada um leu e socializou com o grupo as ideias exploradas pela autora.

Comentei com elas que o livro Classificados Poéticos baseia-se no formato tradicional do classificado de jornal e utiliza palavras comuns, tais como: vendo, troco, procuro, alugo... Ao usar palvras simples, a autora consegue aproximar-se do leitor e levá-lo à reflexão. Além disso, sentimentos, anseios, inquietações são retratados de maneira romântica, lúdica e envolvente destacando o jeito otimista, sensível e sonhador da autora.

Para finalizar, os professores redigiram, individualmente, um classificado poético.







Após a produção, os profesores-cursistas ilstraram o classificado poético com a técnica do bom bril.








Como momento final, cada um apresentou o classificado. Foi um momento muito rico e poético.
Parabéns, turma! Vocês merecem DEZ!!!!!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Literatura de Cordel


"Cordel não é aquele pendurado num cordão, é aquele que foi feito com as cordas do coração."

Manoel Caboclo

Um dos gêneros textuais estudados no TP3 foi o cordel.
A tradição desse gênero oral, popular, é muito antiga e permanece até nossos dias. É uma atividade de contar histórias. É chamado assim porque as folhas são penduradas ou dobradas num cordinha para atrair a clientela. No Brasil, essa tradição, herdada dos portugueses, foi seguida e ainda é muito viva, principalmente no Nordeste brasileiro, região rica em manifestações culturais, onde há a presença sempre atuante dos contadores de histórias e dos poetas populares, com suas cantorias, improvisos e desafios.
Para enriquecer o encontro, utilizei os vídeos abaixo retirados do site http://www.youtube.com/. São dcumentários obre a literatura de cordel na região cacaueira da Bahia (Itabuna - Ilhéus). São apresentados artistas da região, suas obras e um pouco de sua história. A obra pretende resgatar essa genuína forma de literatura nordestina.


TP3 - Gêneros Textuais

O tema do Tp3 é o trabalho.


Para dar início às atividades com o material, realizei uma atividade de "BRAINSTORM", ou seja, "tempestade de ideias", é um linguajar muito utilizado por publicitários. O brainstorm consiste em ativar pensamentos, ideias sobre algo.
Através dessa técnica, cada professor-cursista escreveu numa ficha uma palavra que traduzisse o que é trabalho de acordo com seus conceitos e experiências.







Em seguida, os professores socializaram as palavras justificando o porquê das escolhas.










Após a troca de ideias, a turma montou um painel com as palavras.










Nesta tarde, os cursistas realizaram as atividades propostas pelas unidades 10 e 11 do TP3. Foi um encontro de bastante estudo e troca de experiências.


terça-feira, 9 de junho de 2009

Abertura do Gestar

A 1ª etapa da formação dos professores-orientadores do GESTAR ocorreu no município de Treze Tílias - Santa Catarina. Os professores de língua portuguesa foram orientados pelo professor Djalma Mendes Junior da UnB. Foi uma semana de bastante estudo e aprendizagem.
Após esse período, eu e minhas colegas Nilza (professora-formadora de matemática) e Veranice (coordenadora do Gestar) divulgamos o programa Gestar na rede municipal e realizamos alguns encontros para preparar a 1ª aula.

A abertura realizou-se no dia 23 de abril nas dependências da Escola Municipal Viver e Conhecer com os professores de Língua Portuguesa e Matemática.


Inicialmente, os professores foram recepcionados com um coquetel oferecido pela direção da escola.


Em seguida, a coordenadora do Gestar Veranice Maria Lovatel trabalhou com o grupo o texto "A lição do lápis" e teceu comentários sobre a vida e os desafios na caminhada da classe docente.

Após isso, os professores receberam o material do Gestar e um caderno para a realização das atividades.


Neste primeiro momento, tanto os professores de matemática quanto os de língua portuguesa ao ao realizarem uma pequena análise dos livros, já identificaram-se com algumas propostas.




No auditório da escola, as professoras-formadoras apresentaram para o grupo a proposta do Gestar através de slides.



Cada uma explicou a proposta pedagógica, os objetivos, os direitos e deveres do professor-cursista nas disciplinas de matemática e língua portuguesa.



Alguns professores aproveitaram o momento para esclarecer algumas dúvidas em relação ao curso.

Gestar II - Capinzal SC




Não há saber mais ou saber menos. Há saberes diferentes.



Paulo Freire
A LIÇÃO DO LÁPIS
O menino olhava a avó escrevendo uma carta. A certa altura, perguntou:
- Você está escrevendo uma história que aconteceu conosco? É uma história sobre mim?
A avó parou a carta, sorriu, e comentou com o neto:
- Estou escrevendo sobre você, é verdade. Entretanto, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou usando. Gostaria que você fosse como ele, quando crescesse.
O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial.
- Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida!
- Tudo depende do modo como você olha as coisas. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz com o mundo.
Primeira qualidade: você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma Mão que guia seus passos. Esta mão nós chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à sua vontade.
Segunda qualidade: de vez em quando eu preciso parar o que estou escrevendo, e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor.
Terceira qualidade: o lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça.
Quarta qualidade: o que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você.
Finalmente, a quinta qualidade do lápis: ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida irá deixar traços, e procure ser consciente de cada ação.
Sucesso a todas!
Professoras-formadoras:
Nilza Maria Marcon Muraro - Matemática
Viviane Cristina Sitniewski - Língua Portuguesa
Coordenadora Administrativa e Pedagógica do Gestar:
Veranice Maria Lovatel
* Texto utilizado na abertura do GESTAR.